sábado, 4 de dezembro de 2010

57 emendas, ângelo ochoa.MPG

1 comentário:

  1. 57 emendas, ângelo ochoa
    Miradouro, Castelo de Palmela:
    Sob fogoso sol, serena baía.
    -
    Por Seia,
    ao primeiro pão quente, suscitam-se-nos operários sonhos.
    -
    República Ai Ò Linda:
    Ao WC
    mandam caloiro vociferar Camões.
    -
    Asdrúbal
    a voz cava remói abisso.
    -
    Crê,
    é dia;
    joelhos
    dobrados
    na janela.
    -
    Estremadura;
    seca aragem;
    campestre paisagem;
    o bicho calmo
    não cabe em si.
    -
    Burga,
    temíveis raios.
    -
    Quando o castanheiro do quintal floriu,
    a antiga angústia se desvaneceu.
    -
    Raúl, o soba negro,
    prà pedonal Rua Vasco da Gama na Quarteira desterrado
    Índias fuma num acabrunhado distúrbio.
    -
    O Silva contador não suporta vozearia.
    A tarde toda passou em demoradas leituras
    das contas EDP.
    O rock, a nicotina, a cafeína com garotas
    noutra hora curte.
    -
    Do que me dão:
    O bom Cristo,
    pão - sem peixe
    embora.

    -
    Lebre saltadora
    rasto não topa.
    -
    À borboleta
    ofuscada o sol turba.
    -
    Vaca leiteira
    pasta
    verde erva verdadeira.
    -
    Não chores, madrinha,
    teu netinho voltou,
    pra revolver o sol à casa aberta,
    e arrasar os casulos dos bichos-da-seda.
    -
    Da indecisão à quentura
    a ti própria perquirires.
    ---
    cofre
    do bom cheiro,
    Maria.
    -
    Passada a esquina, após um arco, ao CCB, Loja 6.
    -
    Um dia mais
    a conhecer manhã;
    divina luz
    expanda,
    longe ressoe
    acrescida música;
    flua invenção.
    -
    Seixo rolado,
    vezes sem conta batido das vagas,
    isto.
    -
    O lobo-do-mar,
    investindo rigorosos passos p’la marginal,
    à distância vai, olhos no farol.
    -
    O espeleólogo
    afunda-se
    a si.
    -
    Enquanto o Sado azula ondulações,
    gaivotas bicam peixe à flor da água.
    A amplo espaço abre-se o olhar
    que até à fera novidade se vai.
    -
    Caíste indefesa
    prò covil das cínicas facadas,
    sorte madrasta,
    vómito ritual.
    Fatimida prodígio,
    sol resplende.
    Porque não o comercializam
    em embalagens?
    -
    Sol sumindo a poente,
    flor a tanger-nos ainda.
    -
    Os jogos infinitos,
    borboletas adejando
    tonturas.
    -
    Teia de aranha
    na parede esburacada,
    um canto, desperdícios,
    uma aldeia em Trás-os-Montes.
    As bicicletas não andam.
    A humildade é um verme familiar.
    Com cerveja e fadiga nos vamos vadiar.
    -
    Sereno
    fundo
    do lago, sono brando
    do Outono, abandono.
    -
    Pena é
    que a agenda aponte emergências,
    contínuo divertimento, mas não determinação.
    -
    As rosas
    brancas
    beijam-nos
    completas.
    -
    Tenho para ti que o cinamomo -
    árvore de dificílima declinação -
    te somes estelar -
    talvez sim ou talvez sim -
    tenho - para ti - que os gestos.
    -
    Desperta, e enche da flor da neve amêndoa vinho pão
    meus olhos, minha terra.
    -
    Dares quanto tens a quantos encontres.
    Quanto não tens aO Deus que te sonha os sonhos.
    Que quanto deres terás.
    -
    Ângelo Ochôa
    Sonhadas Palavras
    2ª Edição
    livros 20
    665 poemas
    parágrafos 5.117
    5.120 linhas
    106.333 caracteres (sem espaços)
    121.714 caracteres (com espaços)
    20.485 palavras
    Portugal
    Reino de Deus
    2xii2010
    Ângelo ochoa angeloochoa angelooochoa sonhadas palavras cancao nova poesia viva Quarteira Portugal reino de deus com vento próximo a festa da imaculada Conceição rainha de Portugal poemas poemetos poeminhas ditos de cor autor
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