"Forte subterrânea convulsão, repentino estrondo surdo:Em sua força íntima, brusca, uma árvore se eleva do chão.O anjo, com a espada, desce a últimos confins da Terra,transportando, na hora, à geral devastação, o furor d'Iahweh.Seu escuro fundo olhar fixa o dormente mortal,que num estremecido susto se fere da benévola mágoa.O Filho do Homem, esplêndida nudez trespassada,abraça, num vaso transbordante, muitos meninos abortados,derramando leite, mel, um doce pão a saciar-lhes as mortes.O pão é dor do homem vivo, sanguíneo vinho dum flanco,tortura que vitima o pacífico anho.Logo desperta enxugando as lágrimas o peregrinodo oriente regressado a seus.O Livro a donzela relê num milésimo fragmento de segundo;altíssima, olhos decaindo sobre tecido texto, assiste insuspeitasoscilações à alma, na feliz ultrapassagem da eternidade."4/1/1970Ângelo Ochôa
"Forte subterrânea convulsão, repentino estrondo surdo:
ResponderEliminarEm sua força íntima, brusca, uma árvore se eleva do chão.
O anjo, com a espada, desce a últimos confins da Terra,
transportando, na hora, à geral devastação, o furor d'Iahweh.
Seu escuro fundo olhar fixa o dormente mortal,
que num estremecido susto se fere da benévola mágoa.
O Filho do Homem, esplêndida nudez trespassada,
abraça, num vaso transbordante, muitos meninos abortados,
derramando leite, mel, um doce pão a saciar-lhes as mortes.
O pão é dor do homem vivo, sanguíneo vinho dum flanco,
tortura que vitima o pacífico anho.
Logo desperta enxugando as lágrimas o peregrino
do oriente regressado a seus.
O Livro a donzela relê num milésimo fragmento de segundo;
altíssima, olhos decaindo sobre tecido texto, assiste insuspeitas
oscilações à alma, na feliz ultrapassagem da eternidade."
4/1/1970
Ângelo Ochôa