Zeca: Na tarde lenta recostavas-te pelos bancos corridos da CGD à Luísa Tody esperando que caísse na tua magra conta alguma pensão ou tença das usualmente concedidas a Famintos de Paz. Ar acossado d’anónimo kosovar a quem são dadas roupas lavadas, sabonetes, pasta de dentes, toalhas, alguns desodorizantes, ousaras soltar teu grito desperto de clarim: ‘Um rio de sangue do peito aberto sai.’ Pague-se-te já agora a paga certa: Se, no fim, caíste, faça-se-te no talhão em que não cabes reflorir das flores vermelhas da madrugada os frescos cravos, pra que para sempre viceje da canção que és a chã certeza. zeca revisto por ochôa http://www.youtube.com/watch?v=chAZkf9YmkI
angeloochoa poesia poemas cantos intervenção José Afonso Setúbal Portugal acossado infâmia esperança memória
Zeca:
ResponderEliminarNa tarde lenta recostavas-te pelos bancos corridos da CGD à Luísa Tody
esperando que caísse na tua magra conta alguma pensão ou tença
das usualmente concedidas a Famintos de Paz.
Ar acossado d’anónimo kosovar a quem são dadas roupas lavadas,
sabonetes, pasta de dentes, toalhas, alguns desodorizantes,
ousaras soltar teu grito desperto de clarim:
‘Um rio de sangue do peito aberto sai.’
Pague-se-te já agora a paga certa:
Se, no fim, caíste, faça-se-te no talhão em que não cabes
reflorir das flores vermelhas da madrugada os frescos cravos,
pra que para sempre viceje da canção que és a chã certeza.
zeca revisto por ochôa
http://www.youtube.com/watch?v=chAZkf9YmkI
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