Primeiro único soneto do Jardim do LuxemburgoPombos e pombas, que, por todo o mundo,arrulhais, ante meus pés quase descalços,a quietude, a mansidão, por tudo haverdes por nada.Vós, sem voz, eloquentemente dizeisque não oscile milímetros a íntimo ânimo,ante a completude haurida plena graça.Que não vagueie de vãos afãs, antes sosseguenum pulsar divino, sintonia com o coração do mundo.E viagem termine antes de inicial partida,viagem quieta, voo estancado pela melhor altura,qual, desde cá em baixo, absoluta reside.Poeta, deixai os comuns mortais erguerem-se e abalarem.Não os tereis mais, como outrora, suspensos do vosso olhar,esses que amaríeis rever após no coração da cor.
Primeiro único soneto do Jardim do Luxemburgo
ResponderEliminarPombos e pombas, que, por todo o mundo,
arrulhais, ante meus pés quase descalços,
a quietude, a mansidão, por tudo haverdes por nada.
Vós, sem voz, eloquentemente dizeis
que não oscile milímetros a íntimo ânimo,
ante a completude haurida plena graça.
Que não vagueie de vãos afãs, antes sossegue
num pulsar divino, sintonia com o coração do mundo.
E viagem termine antes de inicial partida,
viagem quieta, voo estancado pela melhor altura,
qual, desde cá em baixo, absoluta reside.
Poeta, deixai os comuns mortais erguerem-se e abalarem.
Não os tereis mais, como outrora, suspensos do vosso olhar,
esses que amaríeis rever após no coração da cor.