segunda-feira, 31 de maio de 2010

MOV02094- Primeiro único soneto do Jardim do Luxemburgo.MPG

1 comentário:

  1. Primeiro único soneto do Jardim do Luxemburgo

    Pombos e pombas, que, por todo o mundo,

    arrulhais, ante meus pés quase descalços,

    a quietude, a mansidão, por tudo haverdes por nada.

    Vós, sem voz, eloquentemente dizeis

    que não oscile milímetros a íntimo ânimo,

    ante a completude haurida plena graça.

    Que não vagueie de vãos afãs, antes sossegue

    num pulsar divino, sintonia com o coração do mundo.

    E viagem termine antes de inicial partida,

    viagem quieta, voo estancado pela melhor altura,

    qual, desde cá em baixo, absoluta reside.

    Poeta, deixai os comuns mortais erguerem-se e abalarem.

    Não os tereis mais, como outrora, suspensos do vosso olhar,

    esses que amaríeis rever após no coração da cor.

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