segunda-feira, 31 de maio de 2010

MOV02931 Périplo Navegante -- Poemas -- Ângelo Ochôa (6).MPG

1 comentário:

  1. ‘Mira-me, Miguel,

    com’stou de bonitinha,

    saia do burel,

    camisinha da estopinha.’

    Dá-me teu corpo, a mão,

    qu’imos a bailia.

    -

    P’lo Marão,

    apertadas curvas,

    remansosas nascentes.

    -

    Amarante, Ponte Velha,

    passos refazendo o poeta, santo absorto.

    -

    Bragança, Fervença,

    bicicletas e patins sobre frágil gelo.

    -

    Mirandela,

    deslumbres, alturas outras, outro hossana.

    -

    Pocinho,

    barrenta a cor cansada à terra, mansidão ensolarada.

    -

    Até à Ermida da Senhora dos Montes Ermos,

    ladainhas, ecos secos, um percurso árduo.

    -

    Cerejais,

    directa emoção, limpos pardais; rosa ou conta murmurada.

    -

    Espantados na cor,

    corremos do todo a intimidade.

    -

    Alcácer,

    p’lo ar vagando a voo.

    -

    Miradouro, Castelo de Palmela:

    No fundo, do Sado, sob fogoso sol, serena baía.

    -

    Évora,

    a cal refresca farpas a róseo clarear.

    -

    Grândola, jardins;

    largueza airada, um povo bom.

    -

    Por Reguengos

    assentados, entendemos rendilhada fala, velha gesta.

    -

    Tomar, Baptistério de S. João,

    enlevo para o Pai, desce a Pomba Amor aO Filho nu.

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