Lembrar-te a rua,percorridas pedras,borboletas ziguezagueantes.-Estrada foratrauteavaGranados,plangente solo.Era bomter tempo livre,não ter que pensar.Que mais queria?-Entre sonido e álcooltanto nada.Tal Ruy, terreno poeta amável,sofro imenso tempo gasto.Pareça embora absurdo,gosta-se do tempo gasto.Uma saudade,um chamamentopara lonjura,montanha, ar,lua, ribeira.-(...)Ínclito demandante do Graal,quando voltarão - pó, revoada -alas, e frentes - tuas hostes?De um antiquíssimo subterrâneo,sonho névoa manhã, reergas -uno e muitos - o Portugal.-Tarde sentada,folheiam-se lentosin-fólios amarelentos.-Sei a estrelinhaa que acedina infância.Sei a palavraque me deste a dar,polpa e fruto.Construoconfianteo poemasubmersopor zunzumfluente.-Sussurro divinoatravés da tenra erva,estrelasdando-se-nosespelhos,somosumcorpoglorioso,a deixarmospreencherem-sedesertos.
Lembrar-te a rua,
ResponderEliminarpercorridas pedras,
borboletas ziguezagueantes.
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Estrada fora
trauteava
Granados,
plangente solo.
Era bom
ter tempo livre,
não ter que pensar.
Que mais queria?
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Entre sonido e álcool
tanto nada.
Tal Ruy, terreno poeta amável,
sofro imenso tempo gasto.
Pareça embora absurdo,
gosta-se do tempo gasto.
Uma saudade,
um chamamento
para lonjura,
montanha, ar,
lua, ribeira.
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(...)
Ínclito demandante do Graal,
quando voltarão - pó, revoada -
alas, e frentes - tuas hostes?
De um antiquíssimo subterrâneo,
sonho névoa manhã, reergas -
uno e muitos - o Portugal.
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Tarde sentada,
folheiam-se lentos
in-fólios amarelentos.
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Sei a estrelinha
a que acedi
na infância.
Sei a palavra
que me deste a dar,
polpa e fruto.
Construo
confiante
o poema
submerso
por zunzum
fluente.
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Sussurro divino
através da tenra erva,
estrelas
dando-se-nos
espelhos,
somos
um
corpo
glorioso,
a deixarmos
preencherem-se
desertos.