«O super-criativo dramaturgo dos entremezes misturou dinheiro com borboletas, entenda-se actores falhados, recém-formados no Conservatório, alimentando milhentas ilusões, Cristo, Benigni, Buda, Fellini, Kafka, Saramago e Dario Fo. Ilusionista, minimalista, sensacionalista fez personagens comer montes de erva, sacando-as à insídia tabagista. Enfim reconhecido por Hollywood e Academia, que tais momos símios reabilitou. Outrora por foro médico declarado somente esquizofrénico-paranóide de discurso alucinatório ilógico, ao lhe perguntarem insistentemente se ouvia vozes respondia: Não, não, infelizmente não ouço. Montou, explicamos, super espectáculo exótico: Arranjou carrinha com articulações bizarras, foi conquistando mundo, Leste dentro, enquanto Sua Santidade peregrino conseguia avanços diplomáticos, que contribuíam para sucessivos degelos entre fundamentalistas ortodoxos para não mencionar dinossauros marxistas. Estrondoso êxito para barbárie, autêntica festa, sonho e loucuras delirantes: Estrelas decadentes luzeiros e fogo soprado, sobremaneira convincentes prò bom Deus pasmado. Achou um jeito seu, animista, de tratar luzinhas, odores, super atletas, marcações, actores desdobrando-se em contorcionismos, improvisos, arranques, imprevistos malabarismos. Não que fosse circo ou ópera bailada, mas inédito festival. Conseguiria obter universal aplauso, pois movia quanto mais primitivo há no fenómeno humano. Autêntico iluminista místico malabar, suposto autor realizador filósofo encenador, alongou devaneios após devaneios, decénios após decénios, num comummente designado intermédio pós modernidade. Acabou por colher louros possíveis, áureas estatuetas, Pulitzer, Nobel. Criança que mais não desejava senão ouvir pássaros na manhã a louvar sem fim.» in Dos Sonhos Poemas
«O super-criativo dramaturgo dos entremezes
ResponderEliminarmisturou dinheiro com borboletas, entenda-se
actores falhados, recém-formados no Conservatório,
alimentando milhentas ilusões,
Cristo, Benigni, Buda, Fellini, Kafka, Saramago e Dario Fo.
Ilusionista, minimalista, sensacionalista
fez personagens comer montes de erva,
sacando-as à insídia tabagista.
Enfim reconhecido por Hollywood e Academia,
que tais momos símios reabilitou.
Outrora por foro médico declarado somente
esquizofrénico-paranóide de discurso alucinatório ilógico,
ao lhe perguntarem insistentemente se ouvia vozes
respondia: Não, não, infelizmente não ouço.
Montou, explicamos, super espectáculo exótico:
Arranjou carrinha com articulações bizarras,
foi conquistando mundo, Leste dentro,
enquanto Sua Santidade peregrino
conseguia avanços diplomáticos,
que contribuíam para sucessivos degelos
entre fundamentalistas ortodoxos
para não mencionar dinossauros marxistas.
Estrondoso êxito para barbárie,
autêntica festa, sonho e loucuras delirantes:
Estrelas decadentes luzeiros e fogo soprado,
sobremaneira convincentes prò bom Deus pasmado.
Achou um jeito seu, animista, de tratar luzinhas,
odores, super atletas, marcações, actores
desdobrando-se em contorcionismos,
improvisos, arranques, imprevistos malabarismos.
Não que fosse circo ou ópera bailada,
mas inédito festival.
Conseguiria obter universal aplauso,
pois movia quanto mais primitivo há no fenómeno humano.
Autêntico iluminista místico malabar, suposto autor realizador filósofo
encenador, alongou devaneios após devaneios, decénios após decénios,
num comummente designado intermédio pós modernidade.
Acabou por colher louros possíveis,
áureas estatuetas, Pulitzer, Nobel.
Criança que mais não desejava senão ouvir pássaros
na manhã a louvar sem fim.»
in
Dos Sonhos Poemas