MOV03266 Infâmia -- poesia escrita e dita por Ângelo Ochôa (2).MPG(42.7MB)http://www.youtube.com/watch?v=jsGX4ycGmmQangeloochoa eboli infâmia vísceras menino danúbio kafka trapezista samba notre-dame sena mirita poetas paz vento biblia hossana luzCom a Clara Pinto Correia e o artista mirandêsdo nome exótico, engendrando ilustrados romances,promiscuidades libidinosas,furibunda invasão a televisivo canal.À pergunta a que era o Messiasem Eboli diferente do seu,o camarada opina prà câmara:O povo é cruel, adora vísceras.-Foste mesmo um menino,aos tombos p’lo cais da vida.-Violinos a sussurrar um Danúbio fotográfico,trapezistas kafkianos, vagabundos artistas,devastada, imensa alma russa,aí vás peregrino.Labirínticos atapetados recantos,confuso chá, altaneiras tâmaras.Enormíssima musical litania,samba, mescla santa.Cordilheiras, píncaros, mansas enseadas,virgens florestas, morrinha, encantatórios ermos.Soberana voz amordaçada cantando pra bailico,voláteis engenhocas obrigando-nos a baixarmo-nos,vergada erva, dunas ondulantes, percorrido vento.Que rumoreja o Sena?Quem chora em Notre-Dame?-A cadelinhaestendia-seao solno lençol da rua;árvoresespreguiçavam-se.-O lugar em que estás,o mais distante.-Os poetas pararam.Ao mesmo tempotiveram a mesmíssima inspiração:O ventinho que sopravaera a grande paz.-Poesia, tratasse-te por tu,que tudo acabaria nu.-Sento-me na casa.Parece não havermais nada a fazerdo coração.-No primeiro Sábadorejubilou o bom Deus:Era pura, plena, a criação.Eva, Adão & Filhos, Limitada,com o imperativo de dominar mãe terra,a conspurcaram.Homem Outro, flébil espírito,no oportuno tempo, reconstrói comum habitação.Bem sopra onde quer Um Vento Novo,e chora hoje a fio a boa Mãe.Bué estopada, fim sem fim.Tudo pior que estragado.-Mistério de Luz:Sobre jumenta pazsobes a celeste Jerusaléme ouves A Aclamação:‘Hossana ao Rei.’
MOV03266 Infâmia -- poesia escrita e dita por Ângelo Ochôa (2).MPG(42.7MB)
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angeloochoa eboli infâmia vísceras menino danúbio kafka trapezista samba notre-dame sena mirita poetas paz vento biblia hossana luz
Com a Clara Pinto Correia e o artista mirandês
do nome exótico, engendrando ilustrados romances,
promiscuidades libidinosas,
furibunda invasão a televisivo canal.
À pergunta a que era o Messias
em Eboli diferente do seu,
o camarada opina prà câmara:
O povo é cruel, adora vísceras.
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Foste mesmo um menino,
aos tombos p’lo cais da vida.
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Violinos a sussurrar um Danúbio fotográfico,
trapezistas kafkianos, vagabundos artistas,
devastada, imensa alma russa,
aí vás peregrino.
Labirínticos atapetados recantos,
confuso chá, altaneiras tâmaras.
Enormíssima musical litania,
samba, mescla santa.
Cordilheiras, píncaros, mansas enseadas,
virgens florestas, morrinha, encantatórios ermos.
Soberana voz amordaçada cantando pra bailico,
voláteis engenhocas obrigando-nos a baixarmo-nos,
vergada erva, dunas ondulantes, percorrido vento.
Que rumoreja o Sena?
Quem chora em Notre-Dame?
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A cadelinha
estendia-se
ao sol
no lençol da rua;
árvores
espreguiçavam-se.
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O lugar em que estás,
o mais distante.
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Os poetas pararam.
Ao mesmo tempo
tiveram a mesmíssima inspiração:
O ventinho que soprava
era a grande paz.
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Poesia, tratasse-te por tu,
que tudo acabaria nu.
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Sento-me na casa.
Parece não haver
mais nada a fazer
do coração.
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No primeiro Sábado
rejubilou o bom Deus:
Era pura, plena, a criação.
Eva, Adão & Filhos, Limitada,
com o imperativo de dominar mãe terra,
a conspurcaram.
Homem Outro, flébil espírito,
no oportuno tempo,
reconstrói comum habitação.
Bem sopra onde quer Um Vento Novo,
e chora hoje a fio a boa Mãe.
Bué estopada, fim sem fim.
Tudo pior que estragado.
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Mistério de Luz:
Sobre jumenta paz
sobes a celeste Jerusalém
e ouves A Aclamação:
‘Hossana ao Rei.’