X) Louvor da LuzDa pompaincomparávelengalanadoslírios.-Com saudades morre o entardecer.Ao plátano folha cai.Num raminho saltita um pardalito.Perto vagueando perdem-se bambinos.A sonhar bicicletas loucas uns pedalam.Nuvens cor a café com leite imobilizam.-Folhagem bailando ao quê da luz;jovens p’lo clima amenoa tudo atiçam fulgurações;um dia desperta expandindo-sea apelativos recantos.-Esfuziante alvura a nascente;quase nos faltam olhos,tamanho é o milagre.-Cogitam pardos patosenquanto nadam?-Barcos atracados,às ondas, por margens.-Das giestasamarelidão.-‘El mar del corazón late despacio,en una calma que parece eterna.’Com pasmo se alonga o meu olharpra perder-se na lisura do horizonte.Sejam plenos, fundos, estes dias,na leveza imersos encham alma,renasçam do vago alumbramento.-‘Por cada flor estranguladahá milhões de sementes a florir.’Ergue-te, novo sol,a lourecer cantos.-‘As estrelas mortasapagam-se aos molhos.Vem, lume perdido,florir-nos os olhos.’Recreiam-se florações a lonjuras.Reacendem-se após doençafelizes enamoramentos.-Sol sumido sob o poente,a flor do mar a tanger-nos ainda.-A claridadeimbricando suavidades.-‘Sol nulo dos dias vãos,cheios de lida e de calma.’Contudo aqueces as mãos,contudo animas a alma,contudo, abrindo à nudez,mil frémitos acirras.-Lobo no covil, o coiraçado poeta,fugidias imagens perpassando-lhe retinas,alucinantes incêndios versifica.-Cenário dos dias,vazio imenso borbulhante,vinho rubro ante o olhar metralhado.-(...)Hoje, à plenitude do espírito,deixe imprimirem-se-mepaisagens intocáveis.A calada presença constrangea pôr final registo,e louvar quanta maravilha.-Por uma força maioraté aos vãos dO Deusecos se acumulam,porções epopeia,considerável sobra.-Olhes árvoresresplendendo p’los passeios,e intentes nítidas leituras.-A partir de agorase aclarea etérea redeenredadaa alvorecermilénio novo.-(...)Gato brinca amanhecendo,esquivo pássaro afoga-sena aérea luz.---
X) Louvor da Luz
ResponderEliminarDa pompa
incomparável
engalanados
lírios.
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Com saudades morre o entardecer.
Ao plátano folha cai.
Num raminho saltita um pardalito.
Perto vagueando perdem-se bambinos.
A sonhar bicicletas loucas uns pedalam.
Nuvens cor a café com leite imobilizam.
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Folhagem bailando ao quê da luz;
jovens p’lo clima ameno
a tudo atiçam fulgurações;
um dia desperta expandindo-se
a apelativos recantos.
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Esfuziante alvura a nascente;
quase nos faltam olhos,
tamanho é o milagre.
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Cogitam pardos patos
enquanto nadam?
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Barcos atracados,
às ondas, por margens.
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Das giestas
amarelidão.
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‘El mar del corazón late despacio,
en una calma que parece eterna.’
Com pasmo se alonga o meu olhar
pra perder-se na lisura do horizonte.
Sejam plenos, fundos, estes dias,
na leveza imersos encham alma,
renasçam do vago alumbramento.
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‘Por cada flor estrangulada
há milhões de sementes a florir.’
Ergue-te, novo sol,
a lourecer cantos.
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‘As estrelas mortas
apagam-se aos molhos.
Vem, lume perdido,
florir-nos os olhos.’
Recreiam-se florações a lonjuras.
Reacendem-se após doença
felizes enamoramentos.
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Sol sumido sob o poente,
a flor do mar a tanger-nos ainda.
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A claridade
imbricando suavidades.
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‘Sol nulo dos dias vãos,
cheios de lida e de calma.’
Contudo aqueces as mãos,
contudo animas a alma,
contudo, abrindo à nudez,
mil frémitos acirras.
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Lobo no covil, o coiraçado poeta,
fugidias imagens perpassando-lhe retinas,
alucinantes incêndios versifica.
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Cenário dos dias,
vazio imenso borbulhante,
vinho rubro ante o olhar metralhado.
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(...)
Hoje, à plenitude do espírito,
deixe imprimirem-se-me
paisagens intocáveis.
A calada presença constrange
a pôr final registo,
e louvar quanta maravilha.
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Por uma força maior
até aos vãos dO Deus
ecos se acumulam,
porções epopeia,
considerável sobra.
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Olhes árvores
resplendendo p’los passeios,
e intentes nítidas leituras.
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A partir de agora
se aclare
a etérea rede
enredada
a alvorecer
milénio novo.
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(...)
Gato brinca amanhecendo,
esquivo pássaro afoga-se
na aérea luz.
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