quarta-feira, 2 de junho de 2010

Zeca

1 comentário:

  1. Zeca:

    Na tarde lenta recostavas-te pelos bancos corridos da CGD à Luísa Tody

    esperando que caísse na tua magra conta alguma pensão ou tença

    das usualmente concedidas a Famintos de Paz.

    Ar acossado d’anónimo kosovar a quem são dadas roupas lavadas,

    sabonetes, pasta de dentes, toalhas, alguns desodorizantes,

    ousaras soltar teu grito desperto de clarim:

    ‘Um rio de sangue do peito aberto sai.’

    Pague-se-te já agora a paga certa:

    Se, no fim, caíste, faça-se-te no talhão em que não cabes

    reflorir das flores vermelhas da madrugada os frescos cravos,

    pra que para sempre viceje da canção que és a chã certeza.

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