sábado, 19 de junho de 2010

MOV03191_As Cidades de Israel_Manuel Pedra_Ângelo Ochôa (1).MPG

2 comentários:

  1. ...Parte de um trabalho com cerca de 50 aninhos de duração, Amigo!
    ...Não esqueço que o saudoso João Vilaret, que disse tão bem como poucos (ou nenhuns) poesia, lembrou um dia dito de um poeta de traquejo e nome: Escreve mil vezes teu poema...(Goethe diriaa: faz de tua dor o poema...)… -- Pois não é para gabar-me -- porque pura verdadinha, meu livro leva -- só de 98 (data em que passou para a Internet) a esta parte -- umas boas dez mil leituras... Trabalho diário, amigo, trabalho diário... E não é pelo público reconhecimento que tal digo, mas porque «para Deus trabalhamos» nós poetas (como os pedreiros dos pináculos das medievais catedrais). E porque o patrão é Deus, salário há, que baste.
    Abraço, amigo, e até outra, que será... SEMPRE!!!

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  2. angeloochoa manuelangelo decastropedra ochoadecastro manuelpedra poesia poemas as cidades de Israel hoje
    ...parte do resultado de cerca de 50 anos de trabalho poético...
    MOV03191_As Cidades de Israel_Manuel Pedra_Ângelo Ochôa (1).MPG
    http://www.youtube.com/watch?v=QWmg-4O5EbA

    MOV03191_As Cidades de Israel_Manuel Pedra_Ângelo Ochôa (2).MPG
    http://www.youtube.com/watch?v=efOLKRNuZgE

    MOV03191_As Cidades de Israel_Manuel Pedra_Ângelo Ochôa (3).MPG

    http://www.youtube.com/watch?v=R1KuDIAdO3o

    MOV03191_As Cidades de Israel_Manuel Pedra_Ângelo Ochôa (1).MPG
    Seguindo o casario,
    qual lençol,
    o rio deslizando.
    The white Chagall:
    MA JOIE.
    -
    Gotas de água
    por escorridos vidros;
    a rubro raiado poente.
    -
    Semblantes sumidos
    sob chapéus-de-chuva.
    -
    Repetidamente
    a paragem do eléctrico,
    imagem mesma
    repassada,
    sonho nada.
    -
    Madame Maar,
    olhos tortos
    esgotando-se;
    sons prolongando-se;
    um rosto maior
    do que um livro;
    uma torneira ininterrupta.
    -
    P’lo tempo revolvido no olvido,
    contarei as loucuras possíveis,
    os enredos, p’los teus dedos, sim,
    p’los teus dedos lã.
    Ficaremos os dois, os sons, os ossos,
    em arco abrindo-se-nos os braços.
    -
    Ah,
    teu devastado olhar
    fixa o demorado mar,
    revolto o vento.
    -
    Os jogos infinitos,
    borboletas adejando
    vãs tonturas.
    -
    Teia de aranha
    na parede esburacada,
    um canto, desperdícios,
    uma aldeia em Trás-os-Montes.
    As bicicletas não andam.
    A humildade é um verme familiar.
    Com cerveja e fadiga ideamos vadiar.
    -
    Sombra intocada
    num papel
    sem nada,
    bermas à luz falsa,
    as costelas partidas,
    publicação a se7e cores.
    -
    Nem o abandono inútil,
    os pés adormecidos ao peso,
    a desolação imensamente plana,
    a apatia sem nenhuma saída,
    o travesseiro dos bons dias
    muito obrigados,
    os dedos na queda,
    os tectos para o pavor;
    as crianças não têm culpa
    d’entrementes cabecearem tontos sonos.
    -
    A periferia dos tubos,
    e um peixe.
    Os círculos fechados,
    o ateado cristal.
    -
    Para a mulher povo, que não é notícia,
    queria uma canção com as mãos dadas.
    Quem me cerrou numa esfera de azedeza?
    Deixassem-me ignorante, saberia uma canção,
    sem nome uma canção, braços, ancinhos,
    arados em riste.
    -
    Acontece-me ficar sentado a tarde toda,
    a refazer os gestos gastos.
    -
    Páscoa
    a morrer flores,
    ecoando vãos por grandes casas.
    -
    Mulher,
    levei toda a manhã
    a sonhar tua viagem.
    Tu és o meu poema.

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